Inspirada nas sábias palavras de Glória Kalil – ela mudou o conceito de ser chique ao afirmar que fashion é ser educado - resolvi elaborar um manual prático de elegância no busão. Sim, porque desconheço local onde a falta de educação impera com tanto vigor. Alguns anos de experiência na bagaça – e isso não foi nada agradável - me deram parâmetro para essa árdua 

                                                     tarefa, vamos lá:

  • O garoto elástico: Tem cara que não se toca, senta do lado da gente e abre as pernas como se tivesse abrindo espacate. Olha, na boa, não precisa disso não. Além de invadir o espaço do vizinho é feio demais, nada justifica o arreganhamento. E também, a pretensão de precisar de tanto espaço no meio das pernas é um pouco ilusória. Fecha as pernas, menino!!!
  • Efeito estufa: Pior dia pra quem pega ônibus? Qualquer um, desde que chova. Além do trânsito infernal, a gente tem que agüentar os passageiros que não admitem um só pingo de água na cabeça. Ok, eu sei que a escova volta, mas ainda assim é melhor do que morrer sufocada. O ambiente fica quente, abafado, um tosse de lá, outro espirra de cá e ninguém abre a janela ensebada. Legal foi um tiosinho que passou na roleta gritando: “Eu to com ebola, abram os vidros”, acho que era mentira, mas deu certo. É de papel, meu irmão? 
  • Síndrome do sono instantâneo: Existe um tipo de sono que só ataca os passageiros dos acentos reservados, tudo acontece quando um idoso entra no ônibus. Incrível, é só aparecer uma cabecinha branca na área que os marmanjos adormecem em milésimos de segundos. Toma vergonha!
  • O mochileiro das galáxias: Nada contra mochilas, elas são bonitas e dá pra guardar um montão de coisa. Mas porque tem gente que não tira essa droga das costas? Os tartarugas ninjas passam pelo corredor lotado ignorando as leis da física, apertam todo mundo com aquele trambolho mal posicionado. Quando muito, pedem licença. Licença meu amigo? E por acaso dá pra se mexer?
  • A paradinha (dinha, dinha, dinha, dinha, dinha): Uma coreografia do tchan não seria tão certeira. Sempre tem um (na maioria das vezes mulher) que pára na roleta pra procurar o dinheiro, contar moedas, achar o cartão, arrumar a bolsa ou discutir a relação. E a fila correndo solta. Ta de rosca aí na frente!
  • Leitor parasita: Você pode estar lendo qualquer coisa: revista, jornal, livro ou bula de prozac, não importa, sempre terá um chato esticando o pescoço pra ler também. Pior, ele faz isso sem o menor constrangimento, na caruda, se bobear ainda pede pra virar a página logo. É demais pro meu gosto.
  • A turma do pai na forca: Tem uma galera louca que não deixa o ônibus chegar no ponto, corre na frente e sobe antes. E o negócio contamina, logo tem um monte de gente correndo atrás com medo de ficar de fora. Que falta de educação, o motorista não deveria abrir a porta, um bando de espertinhos. Pior que isso é a tia do cutucão, a chata fica cutucando o passageiro da frente pra subir logo. Opa, tira a mão daí dona Maria!




  • Outros inúmeros inconvenientes rolam dentro de um ônibus, brincadeiras à parte, vale a pena prestar mais atenção no comportamento da gente, uma dose diária de simancol faz bem pra pele e torna a vida de todo mundo mais fácil. 
    Bjo Amigas(os).



    Lola Sciwinzki
    Trilha Perfeita: Keane - Everybody's Changing