Sinopse:
Em meio às ruínas de um hospital militar soviético no norte da Hungria, Pitkin e Tamás procuram antigos suprimentos e armas que possam vender no mercado negro, até que acabam encontrando algo mais valioso do que poderiam imaginar.
Ali está a esperança dos meninos ciganos de deixar a pobreza, de quitar as dívidas da família, quem sabe de se livrar um pouco do preconceito que sofre o seu povo. Porém, suas boas intenções podem provocar a morte de um número alarmante de pessoas.
Na Dinamarca, a enfermeira Nina Borg também se preocupa com o bem-estar dos desfavorecidos, e por isso colocará sua vida em risco mais uma vez. Chamada às pressas para cuidar de um grupo de ciganos húngaros, ela descobre uma doença misteriosa que se espalha de forma implacável. Ao investigar o caso, percebe que há algo de podre em toda aquela história, um segredo perigoso, guardado a sete chaves pelos imigrantes, que pode envolver terrorismo e fanatismo.
Nesta continuação de O menino da mala, Nina acabará colocando sua família na mira de criminosos e se verá diante de uma crise sem precedentes que mobilizará o país.
Minhas Impressões:
Eu sei que vocês já estão cansados de saber, porém, mais uma vez eu escolhi o livro pela capa. E mais uma vez deu certo. A história é incrível e não me arrependi.
Pra começar, infelizmente não tem foto, o livro chegou todo envolto em ataduras e esparadrapos. Achei genial. Tudo a ver com a trama do livro.
Outra coisa que precisa ser dita, li em muitos blogs que esse livro é a continuação de O Menino da Mala. Não é verdade. O que temos é o mesmo personagem: a enfermeira Nina. Fora isso temos toda uma nova história sem nada depender do livro anterior, os livros não são interligados.
Um dos motivos de querer ler o livro, foi que ao ler a sinopse, vi que trata sobre o povo cigano ou Romani e eu sou super interessada na história de outros povos. Origem, cultura, tudo! Então seria uma ótima oportunidade para aprender um pouco sobre algo novo.
Aprendi que esse povo vive em condições muito difíceis na Europa, em algo similares à favelas. Não é algo que passa muito pela nossa cabeça. A gente sempre acha que por ser um país de primeiro mundo, todo mundo vive bem, que ninguém vive em condições de miséria, mas não é bem assim e vamos ver toda essa realidade através do personagem Tamás.
Ele vive em na Hungria, mas nem de longe é aquela Europa linda e histórica que pensamos conhecer. Ele vive com a sua família em condições de miséria, fome, uma vida dura e sofrida repleta de muitos preconceitos e intolerância.
E isso vai permear todo o livro. Não quero falar muito pra não soltar spoilers. Mas se tem uma coisa que não vou aceitar nunca é isso: preconceito e intolerância. Acho que por isso gostei tanto do livro, por abordar esses assuntos sempre tão complicados. O livro trata ainda de tráfico de pessoas, sequestro, abuso sexual, assassinatos. E se você pensar que já tem muito disso tudo no mundo real, pra quê ler um livro com esses assuntos? Eu te respondo: é assim que a gente pode fazer a nossa parte e mudar nosso quintal e se cada um mudar o seu quintal, mudamos o mundo. Mas isso é assunto para outro post e em breve vamos falar sobre o que cada um de nós pode fazer para cuidar do nosso quintal.
Claro que a narrativa é intensa, elétrica e eu diria alucinante. Não te deixa largar o livro, você quer ler de uma vez só e comigo foi muito intenso por conta dos assuntos tratados, me incomodava muito.
Recomendo que leiam, que não sofram tanto quanto eu sofri. E que principalmente, que o livro cause alguma reflexão. Se causar, só por isso já valeu a pena escrever esse texto.
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Título: Morte Invisível.
Autoras: Lenne Kaaberbøl e Agnete Friis.
Ano: 2015
Editora: Arqueiro
Páginas: 320